Explorando a expressão corporal a partir de estímulos sensoriais (olfato, paladar e tato)
Novembro 3. das 9h até as 13h
Ministrada pela Licenciada em Arte Dramática e Especialista em Direção Cênica, Beatriz Afonso.
A oficina convida à exploração de possibilidades expressivas através de exercícios de consciência corporal e técnicas de teatro gestual. É uma introdução a diferentes ferramentas para gerar manifestações artísticas por meio de estímulos sensoriais e as possíveis vias para criar vínculos com o público a partir de sentidos poucos usados no teatro como o olfato, paladar e tato – já que é mais comum explorar a visão e audição.
A oficina se dividirá em duas partes: 1- Exercícios de reconhecimento corporal, espacial e entre as participantes. 2- Exercícios de expressão através da linguagem corporal a partir dos estímulos sensoriais proposto, utilizando a improvisação individual, em dupla ou em grupo.
Inscrições para oficinas
Estão convidadas todas as pessoas interessadas em participar do evento. O valor da inscrição para cada oficina é R$40,00; há um valor promocional para inscrições nas três oficinas: R$100,00.
O Encontro ELLAS, possibilitará quatro** vagas isentas de taxa de inscrição para participação nas três oficinas a mulheres artista que não tenha as condições de pagar o valor das oficinas. Em contrapartida, as participantes estão convidadas a contribuir com as tarefas de logística e organização do espaço para as atividades do evento.
**O número de vagas pode mudar dependendo da demanda de inscrições pagas e o limite máximo por oficina.
Corpo-Expressão: autodefesa feminista.
Novembro 4. Das 9h até as 13h. *Esta oficina só aceita participantes mulheres.
Ministrada por: Lauren Souza, Formada em Educação Física pela Unicamp e mestra em Educação pela UFSCar.
O machismo mata e violenta mulheres todos os dias. Através dele se constroem padrões e imaginários que além de conceder uma série de privilégios sociais para os homens, se esforçam para controlar e diminuir a força revolucionária que nós mulheres temos individualmente e juntas.
É então acreditando na potência de grupos organizados e compostos por mulheres buscando superar demandas coletivas que esta oficina tem a intenção de proporcionar um espaço seguro e livre para refletirmos e vivenciarmos nosso corpo e nosso movimento sob o viés da autodefesa feminina. Entendendo autodefesa muito mais do que saber executar um golpe, mas também como um convite para pensar nossa relação com o nosso corpo, com a nossa autoestima e autoconfiança. Isso porque se acredita que uma simples mudança de postura no andar e no olhar pode nos conferir um estado de alerta e de segurança ao transitarmos pelas ruas nos lugares e horários que quisermos com as roupas que escolhermos.
Pretende-se portanto apresentar algumas técnicas de luta de curta, média e longa distância a fim de experimentá-las pensando em tipos de abordagem e situações de perigo. Enfatizando que todas nós independente da força corporal ou da destreza de movimentos podemos pensar em estratégias para nos defender ou sair de uma situação de perigo eminente. A pretensão não é que se faça comparações ou julgamentos sobre a execução de um dado movimento, mas sim de entendê-lo adquirindo mais intimidade com ele para então poder usá-lo a nosso favor quando necessário. Além disso espera-se formar um espaço onde as mulheres sintam-se à vontade para colocar seus conhecimentos e experiências de maneira segura e sigilosa.
Angola: Capoeira-Mãe.
Novembro 4. Das 15h até as 18h.
Ministrada por Gabriela Pardim, Trenel da Escola de Capoeira Angola Resistência <Campinas>
A Capoeira é luta pela liberdade. Sua origem assegura de que onde há formas de opressão, deve-se haver mobilizações em que se reconstrua valores, transformando as dinâmicas de comportamentos sociais lutando pelo respeito às individualidades.
As mulheres tem se comprometido em refletir as conquistas, mas principalmente em se articular para combater distinções de gênero e uso da sexualidade sobre ela. Assim, a mulher na Capoeira tem sido uma das organizações que vem propondo essa discussão feminista, por estar diariamente se chocando com valores construídos sobre alicerces de relação masculinizada. Valores estes que eram questionados por uma minoria, mas que pela crescente participação ativa, vem mostrado que as mulheres têm importante representatividade na reconstrução desta expressão. Mas por outro lado, o feminismo tem contribuído com a gradativa participação da mulher na capoeira, garantindo fundamento na escolha por seguir a sua prática e ideologia.
A Capoeira Angola é uma riqueza cultural, na qual podemos encontrar vários elementos: a música conduz o ritual, a dança é a brincadeira, o jogo se camufla, a espiritualidade assegura o equilíbrio do particular, a ética se confunde com o que compreendemos do mundo, a marcialidade é a leveza, e assim a roda da vida e a Capoeira se confundem.
A oficina proporcionará a prática de movimentações, musicalidade e discussões a partir de experiências e sensações, tendo a pluralidade de elementos na construção da tradição.
Currículos
Gabriela Pardim, em fevereiro/1998, inicia a sua prática na Capoeira. Em julho/2005, integra o trabalho de Capoeira Angola na Academia de João Pequeno de Pastinha – Núcleo Campinas/SP – Mestre Topete (na época Professor). Em setembro/2009, funda com seu mestre e colegas, a Escola de Capoeira Angola Resistência, a qual integra até a atualidade. Em novembro/2014, recebe o título de Trenel, de seu padrinho Mestre Jaime de Mar Grande (Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassú). Em 2008, inicia a realização do evento “Encontro de Mulheres” juntamente com o Núcleo Feminino da Escola de Capoeira Angola Resistência, promovendo politicamente a temática “Mulher e Capoeira”, com oficinas, rodas e debates. Integra o “Grupo de Danças” com as manifestações do Maculelê, Dança Guerreira, Dança do Fogo, Samba de Roda e Puxada de Rede. Entre 2009 a 2014, integra o Grupo de Teatro e Danças Populares Urucungos, Puítas e Quijengues com as manifestações populares de São Paulo e Pernambuco. Entre 2010 a 2012, integra Orquestra de Berimbaus Navio Negreiro. Em 2012, promove o Projeto Itinerários do Saber Musical - Instituto de Artes – UNICAMP. Entre 2014 e 2016, foi Suplente de Patrimônio Material do Conselho de Cultura da cidade de Hortolândia/SP. Em janeiro/2017, inicia o trabalho de Capoeira Angola, em parceria com o Espaço Cultural Terraço Garatuja, e integra o Coletivo “As mina que faz”, com articulações de feiras livres, oficinas e festivais.
Beatriz Afonso, diretora e atriz venezuelana. Formada como Licenciada em arte Dramático e especialista em Direção Cênica pela ESADT-Universidade de Kent (Inglaterra – sede Madri). Co-fundadora do grupo Áncora Teatro na Espanha (2007). Em 2014 começou a investigação e criação do solo “Recetas de teatro” (teatro sensorial) que desenvolveu entre Espanha, Brasil e Venezuela. Trabalhou como intérprete e diretora na Venezuela, Espanha, Brasil, Austrália, Canadá e México. Complementou sua formação na Europa e América Latina com cursos focados na expressão gestual (Palhaço, antropologia do movimento, Comédia dell Arte, máscara neutra, intervenção-performance, técnica Schinca de expressão corporal, mímesis corpórea e dinâmica com objeto, método Suzuki). Foca sua investigação em diversas linhas de trabalho corporal dentro do teatro e da relação entre as mulheres e suas feminilidades e masculinidades. Oferece cursos de expressão corporal centrados na experimentação sensorial e também se dedica à escrita criativa.
Lauren Souza, Formada em Educação Física pela Unicamp e mestra em Educação pela UFSCar. Desde a infância demonstrou interesse por lutas e com sete anos entrou para o Judô, foi competidora federada por anos até a época da faculdade. Teve passagem por outras lutas como o Jiu Jitsu, Muay Thai, Boxe e Capoeira. Atualmente trabalha como professora de judô para crianças da Educação Infantil e atua como massagista.